“Ter 50 anos, para a Casal, significa nascer a cada dia. Por
isso, a empresa está sempre se renovando”... Com essas palavras, proferidas
pelo presidente da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), faço uma
reflexão: Se com meio século, se nasce a cada dia, quando começaremos, de fato,
a crescer?
Esta empresa, que nas palavras do seu presidente, ‘é
pequena e de grandes resultados’ e já conquistou prêmios por
excelência, parece que deixa a desejar com seus clientes. Fato este, que
contrasta significativamente com as palavras do presidente do Conselho de
Administração, quando diz que, teve ‘(...) avanços e conquistas da Casal, bem
como de mudança de paradigma e choque de gestão.’
Quanto mais releio essas palavras, mais indignado fico. Pois
essas figuras ilustres devem viver em outro mundo que não o nosso. Talvez o
mundo deles, tenha água todos os dias para desfrutarem de um bom banho de
chuveiro, ou quem sabe de um banho nas suas magnificas piscinas.
Os vários prêmios recebidos e alardeados como vitória, das
gestões maravilhosas, ditas pelos senhores, deveriam ser entregues aos
consumidores, que tanto sofrem pela inoperância e ineficiência, desta, agora,
tão comemorada empresa do governo de Alagoas.
Se neste meio século
de vida, esta tão premiada empresa, não assiste ao Estado, como um todo, cobrindo
tão somente 75 municípios, o que temos a comemorar?
Ao contrario dos senhores, que com certeza não têm esse
problema de falta de água, nós pobres consumidores, lamentamos profundamente as
privações por conta de uma empresa, que serve unicamente para ser mais uma
estatal, cabide de emprego e moeda de barganha de acordos espúrios, promovido
por um governo inerte e fanfarão.
Quantas e quantas vezes, não ouvimos promessas de ampliação,
disso e daquilo? Quantas vezes não ouvimos propagandas com cifras milionárias,
sendo alardeadas, para construção de, sei lá mais o quê?
Vocês estão certos, em louvarem o seu chefe, o governo do
Estado e de todos os Alagoanos, mas, nós não somos obrigados a ouvir estas
falácias e ficar como lagartos, balançando a cabeça, em sinal de positivo.
O que queremos, é fator primordial para a sobrevivência. Não
estamos pedindo esmola, estamos exigindo os nossos direitos como consumidores e
cidadãos que somos. E não me venha com essa de carros pipas, como forma de
minimizar os efeitos da estiagem. Pois nós bem sabemos, qual a moeda que é
usada para se obter esses ‘benefícios’.
O que mais causa admiração, é que parece que só o povo -o
cidadão comum- que sustenta toda essa corja de parasitas, sofre com a falta de
água. Pois não vejo movimento nenhum, dos ditos representantes do povo, em agir
com alguma coisa. Calam diante do sofrimento daqueles, que até a uns dias
atrás, eram muito importantes para a mamata que eles estavam almejando.
Governo do Estado fanfarrão, políticos barganheiros, falta
de água, povo com sede e muita, mas, muita propaganda. Esse é o retrato atual,
do nosso Estado.
Este é o quadro pintando, não com as cores da mentira, mas,
com a indignação de um povo que clama por água em suas torneiras.
Água? Só nos olhos...